fbpx

Resenha: Harry Potter e a Câmara Secreta, J.K. Rowling

Na primeira vez que li Harry Potter, lembro que a Câmara Secreta me prendeu muito com o suspense com o monstro da câmara secreta e me deixava até meio apavorada lendo os sussurros que Harry ouvia pelas paredes. Agora, infelizmente, não foi a melhor das leituras. Continua sendo Harry Potter, continua sendo meu xodó, mas a partir de hoje quando me perguntarem qual livro eu menos gosto, já tenho a resposta.

Depois de férias aborrecidas na casa dos tios trouxas, está na hora de Harry Potter voltar a estudar. Coisas acontecem, no entanto, para dificultar o regresso de Harry. Persistente e astuto, nosso herói não se deixa intimidar pelos obstáculos e, com a ajuda dos fiéis amigos Weasley, começa o ano letivo na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
As novidades não são poucas. Novos colegas, novos professores, muitas e boas descobertas e… um grande e perigoso desafio. Alguém ou alguma coisa ameaça a segurança e a tranquilidade dos membros de Hogwarts. Como eliminar definitivamente esse mal e restaurar a paz na escola?
Harry Potter e a câmara secreta está repleto de aventuras fantásticas e recheado de surpresas que irão proporcionar ao leitor o mágico prazer da leitura.

Eu não tenho nem palavras pra explicar como a história de Câmara Secreta não me motivou como a dos outros livros (até o momento, já li também o terceiro da série). Quando era criança, demorei para ler, mas dentro do meu normal. Apesar de o suspense ser interessante, o modo como a J.K. conduziu essa trama principal da história e os outros acontecimentos, somado a personagens sem graça, deixaram essa leitura quase cansativa.

Esse livro nos apresenta um novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas muito chato: Gilderoy Lockhart. Como os filmes aliviaram a personalidade dele – que fica ainda mais exagerada e inconveniente com a ideia de Colin e Gina idolatrando Harry, algo que também ficou muito menos evidente nos filmes. Além disso, conhecemos também o Dobby – de quem eu até gostei quando era criança, mas que dessa vez me irritou em vários momentos, complicando ainda mais as coisas.

Só me prometa que nunca mais vai tentar salvar minha vida – Harry para Dobby.

Nesse segundo ano em Hogwarts, encontramos novos perigos. Um deles, desconhecido e temido até pelos professores. Diz a lenda que Salazar Sonserina, um dos fundadores de Hogwarts, construiu uma câmara secreta na escola e colocou um monstro para viver lá. Esse monstro só poderia ser controlado por um herdeiro dele e atacaria os alunos que, para esse fundador, não eram dignos de estudar em Hogwarts: os nascidos trouxas. Pouco depois do começo do ano letivo, esse monstro começa a atacar e o mistério começa: a câmara é realmente real? Já aconteceu antes? Quem seria o herdeiro de Sonserina?

Os ataques são relativamente afastados uns dos outros, o que dá tempo de Harry, Rony e Hermione criarem mil teorias sobre o que pode estar acontecendo e me fez pensar que esse livro é o que mais exagera no heroísmo de Harry – não estamos falando aqui de ele, com os amigos, invadirem um local proibido e conseguirem desvendar magias. É toda a escola que está envolvida em uma situação de altíssimo risco durante um ano inteiro e parece que só eles vão atrás da solução. Esse enredo me fez questionar muitas coisas que minha mente infantil ignorou com facilidade. Ninguém antes conseguiu uma mínima pista do que poderia ser o monstro do Salazar Sonserina? Os pais dos alunos petrificados foram avisados? Com alunos sendo atacados, o pai do Malfoy ia realmente se incomodar em apenas afastar Dumbledore e deixar o ano letivo continuar? Que escola doida é essa que, vivendo a mesma situação que 50 anos antes terminou em uma morte, continua aberta e com aulas normais? O que se passava na cabeça dos professores? Não vou negar, foi bem chato perceber esses detalhes agora lendo mais velha.

Mas mesmo com tudo isso, JK Rowling continua mestra em contar pedaços da história que vamos precisar no futuro, como por exemplo, como o Ministério da Magia é uma instituição que age com base em remediar os problemas e esconder o que realmente está acontecendo ao invés de trabalhar para solucionar a questão – honestamente, não é surpresa que Voldemort tenha se tornado tão popular e nunca tenha sido preso por isso. Na resenha de Pedra Filosofal, comentei que Rowling criou um mistério atrás do outro. Dessa vez, um grande problema guia a narrativa da história toda, o que deu uma carinha de suspense para a narrativa, que só é solucionada mesmo nas últimas páginas.

Apesar das críticas, esse livro teve muita coisa que achei incrível: magia sendo aplicada em objetos trouxas, um clube de duelos, nós conhecemos mais sobre plantas e criaturas no mundo mágico, também entramos na sala comunal da Sonserina, aprendemos mais sobre as trevas – tanto quando acidentalmente caímos na Travessa do Tranco quanto nas cenas em que Lucio Malfoy dá o ar da graça. Individualmente, Câmara Secreta não tem tanto brilho, mas é uma peça absurdamente importante para o total da história, como a dica do Harry, Voldemort e Salazar Sonserina serem ofidioglotas. Esse livro já trabalha muito mais nos mostrando que a história criada pela Rowling é muito mais que o presente em Hogwarts.

Câmara Secreta também tem mil versões lançadas, inclusive a ilustrada que está maravilhosa, caso você ainda não tenha lido Harry Potter ou esteja pensando em reler.

Outras resenhas da série:

Harry Potter e a Pedra Filosofal

Ficha técnica
Autor:
J.K. Rowling
Editora: Rocco
Ano: 2000
Páginas: 252
ISBN-10: 853251166X

Previous Post Next Post

You Might Also Like

No Comments

Leave a Reply